16 DE JUNHO DE 2010

O detetive Soap entrou no carro com o Professor Winston e falava pelos cotovelos. Era notório que, pela idade e qualidade das palavras, que o detetive não estava neste cargo por muito tempo.

Soap: Olha, professor. É bom o senhor ter um pouco de estômago para o que vai ver ali. Tivemos de fechar as roupas da menina para que o jornal pudesse fotografá-la. Acredite, o que os jornais mostraram não foi nada. Pessoalmente, eu nunca vi nada daquilo. Nem mesmo em casos estudados de outros estados. É algo bem macabro mesmo.

Quando chegaram, os dois subiram a escadaria do museu e entraram pelo pórtico, chegando ao Saguão, onde haviam dois policiais uniformizados e mais um homem de jaleco que tirava fotos da vítima.

Soap: Abram espaço para o professor Winston! Venha por aqui, por favor.

Soap se ajoelhou ao lado da vítima e olhou para o professor.

Soap: Pronto?

Ele abriu a roupa da menina que já estava desabotoada e Albert podia ver que o corpo dela estava todo ensanguentado, marcado por algum objeto cortante e com diversos símbolos espalhados sobre ele.


O cheiro era podre e poderia fazer Albert Winston vomitar. Um dos policiais ofereceu um lenço para ele. Albert sabia que aquele símbolo era de algum tipo de religião africana, mas não conseguia se recordar no momento de qual, nem o que poderia querer dizer...

À medida que entramos no museu e nos aproximamos do local a mibha curiosidade aumenta. Contudo, ver o corpo da jovem aperta meu coração. Penso primeiramente quem poderia fazer algo tão horrível com ela, tão cruel.

Então, ao ver as marcas e sentir o cheiro pútrido subir, meu primeiro reflexo é aceitar imediatamente o lenço e cubro meu nariz e boca com ele, passando a analisar com cuidado as marcas.

- Esse símbolo... tenho certeza que se trata de uma referência à uma religião africana, mas qual exatamente me falha a memória. Se me permite, gostaria de poder pesquisar sobre isso, detetive. Acredito que poderei lhe dar respostas mais precisas, pois pelo que vejo, esse homicídio tem clara relação com essa religião misteriosa.

O detetive Soap ouve as rápidas mas não conclusivas observações do professor Winston e anui com a cabeça. Ele pede que o fotógrafo tire uma foto com a Pollaroid e entrega a foto instantânea ao professor.

Soap: O senhor está levando uma prova de crime, professor. Seria interessante que o senhor não mostre esta prova à ninguém. Não queremos alarmar a população sobre crimes que elas possam começar a especular com suas simpatias e superstições.

Dizendo isso, o Detetive se despede do professor e volta para a cena do crime.

E agora, Prof. Winston? Qual será seu próximo passo?

Recebo a fotografia, olho com atenção e cejo que está com voa qualidade. Um calafrio que há muito não sentia diante de algo oculto, pronto para ser desvendado corre pela minha espinha.

- Grato, Detetive! Protegerei esta foto com cuidado. Conte comigo e assim que tiver respostas lhe repassarei.

Me despeço dele, pedindo-lhe por fim seu número de telefone e e-mail.
Ao sair do local do crime, olho para os arredores para saber se alguém estranho observa.

Havendo alguém que considere estranho ou suspeito, disfarço e me dirijo à Universidade, mais especificamente à Biblioteca, na sessão de religiões antigas, a qual conheço com a palma da mão.